Porsche 550 SPYDER - Uma outra história de sucesso

Francisco Balsemão e o Porsche

Nos idos anos 60, tinha eu 18 anitos e a carta acabada de tirar, morava em Lisboa no mesmo prédio que Francisco Balsemão, e lembro-me perfeitamente de num fim de tarde de Verão ter assistido, com o fascínio que se imagina, à chegada a casa do futuro 1º Ministro muito ufano e compreensivelmente orgulhoso no seu 356 acabado de comprar; apesar de usado, o carro era esplendoroso na sua pintura preta reluzente, o tecto aberto, os manómetros com os números verdes, o trabalhar certinho...um espanto!
Nos anos imediatamente a seguir vi-o diariamente, perdendo-o de vista depois.
Muitos anos mais tarde, era eu sócio de um parente próximo de FPB numa oficina automóvel, e o Porsche apareceu lá para um orçamento de restauro. O carro, além de ter sofrido a explosão de uma bomba, morava havia muitos anos ao relento no clima "seco e sem maresia "da Quinta da Marinha e o seu estado era condizente.
Quando o ilustre proprietário soube do orçamento, e sendo como é de conhecida e prudente contenção financeira, o Porsche voltou rápidamente para o arejado clima da Marinha.
Sei que mais tarde decidiu-se e arranjou quem desse um jeito, mas desconheço qual o grau de qualidade e de profundidade do arranjo efecuado, mas suponho que pelo menos se desloca pelos seus meios...
Agora um episodio picante - É conhecido o entusiasmo de FPB pelo sexo oposto, e o Porsche certamente testemunhou muitos episodios das aventuras do proprietário, mas este conheço de narrativa muito directa:
Quando foi dos bailes de Patiño e Schlumberger, uma das senhoras que cá estiveram e que muito deslumbrou foi a senhora Suhkarno. Creio que no 2º baile, apresentou-se com uma toilette que deu muito nas vistas, de que não sei pormenores mas que incluía um vison branco. Durante a festa, a então mulher de FPB notou a falta do marido durante um bom bocado, reaparecendo depois. Quando chegaram ao Porsche para irem embora, não só as costas do banco do lado direito estavam muito mais inclinadas, como havia pelinhos de vison branco por todo o lado!
Creio que o casamento acabou pouco tempo depois...
Duarte Pinto Coelho

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