Porsche 550 SPYDER - Uma outra história de sucesso

Crónica de Stuttgart

Na condição de ex-presidente do Porsche Clube 356 Portugal e respondendo a um simpático convite da Coordenação de Clubes Porsche desloquei-me a Stuttgart para uma visita de carácter privado a esse "solo sagrado" onde desde há mais de 60 anos se produzem alguns dos melhores exemplares da história universal da indústria automóvel. Entre eles o Porsche 356, como não podia deixar de ser. Uma vez que a família não estava disponível para esta viagem levei comigo um pequeno grupo de amigos: José Dias Silva, Mário João Melo e Pedro Varandas, todos felizes proprietários de Porsche 356 (e outros).
Benjamim Marjanac, em representação da Coordenação de Clubes Porsche, levou-nos a conhecer o interior das oficinas onde se assistem os carros que integram ou virão a integrar a colecção do Museu Porsche. Estre estes pudemos ver um Porsche 901 (#057) recentemente adquirido pelo Museu em estado verdadeiramente  deplorável e um  Porsche 356 Cabrio de volante à direita, cujas imagens se juntam. Seguiu-se a visita ao Museu, ainda com Benjamim Marjanac como guia, função que desempenhou no início da sua carreira. Aqui foi possível ver, entre outras "novidades", o Porsche 918 Spyder que serviu de veículo de testes e desenvolvimento deste modelo, um verdadeiro prodígio de electrónica e sofisticação tecnológica.
Após o almoço oferecido pela Porsche partimos em visita privada à fábrica de Zuffenhausen guiados por um jovem funcionário da casa (Frederick) que está em vias de concluir a sua formação em engenharia electrotécnica para mais tarde integrar os quadros da Porsche. Foram duas horas de puro deleite a observar a montagem de várias versões dos modelos mais recentes da linha 911 num ambiente onde se respira profissionalismo e organização ao mais alto nível. Por exemplo, sabiam que cada funcionário tem exactamente 3 minutos e 44 segundos para montar o tablier de um destes carros? Nem mais nem menos. O tempo começa a contar num quadro electrónico quando o material chega ao posto do empregado que, na maior tranquilidade, procede à instalação dos componentes. Enquanto lá estivemos os 3´44´´ chegaram e sobraram para cumprir essa missão. Outro facto curioso é a pausa de 5 minutos que sempre acontece ao minuto 55 de cada hora. Os funcionários aproveitam como entenderem este pequeno período: vão ao WC, fumam um cigarro (no exterior) ou tomam um café. Depois voltam ao trabalho e quase em silêncio absoluto continuam as suas tarefas. Um "espectáculo" digno de ser visto e uma verdadeira lição de rigor e eficiência. Infelizmente não pudemos fazer fotografias no interior da fábrica nem elas fariam muito sentido num blogue sobre os Porsche 356, mas lá que apetecia... 
No final ainda houve tempo para mais uma boa notícia: a partir de agora poderei visitar os arquivos documentais do Museu Porsche quando assim o entender, privilégio que muito me honra. Os documentos aí guardados não foram (algum dia serão?) digitalizados pelo que a consulta terá de ser  feita "à moda antiga", o que torna qualquer pesquisa ainda mais aliciante. Veremos o que o futuro nos reserva nesta matéria.
Agradeço à Porsche e à Coordenação de Clubes esta experiência única que guardarei na minha memória para o resto dos meus dias. E obrigado também aos meus companheiros de viagem pela sua tão agradável (e divertida) companhia.
José Guedes






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